SETE DADIVAS DE DEUS PARA O CRISTÃO RM.6.23

Introdução: Romanos 6.23 é uma das declarações mais profundas e decisivas de toda a Escritura. Nele encontramos um contraste absoluto que define o destino da humanidade: de um lado está o salário do pecado; do outro, o dom gratuito de Deus. Paulo apresenta duas realidades espirituais inconciliáveis. O pecado sempre paga um salário, e esse pagamento é inevitável: a morte espiritual, moral e eterna.

A Palavra de Deus apresenta o contraste entre salário e dom. O salário é aquilo que o ser humano produz por si mesmo: pecado, corrupção e morte. Mas o dom gratuito, expressão máxima da graça divina, é aquilo que Deus oferece por meio de Cristo. Em Romanos 6.23 vemos a maior de todas as dádivas — a vida eterna — mas, ao longo da Escritura, aparecem diversas manifestações dessa graça maravilhosa.

Vejamos sete dádivas que o Senhor oferece ao ser humano.

1. O SENHOR DÁ DESCANSO AO PECADOR MT.11.28

“Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.”

a)    O pecado produz cansaço espiritual, culpa e peso na consciência Hb.10.22

                                  I.          Bem-aventurado os puros de coração Mt.5.8 – significa ter um interior limpo, sincero e sem hipocrisia, cheio de motivos para agradar a Deus.

                                II.          Lavagem da água pela palavra Ef.5.26.

b)    Jesus convida todo pecador ao descanso, não ao julgamento imediato.

c)     Ele não oferece apenas um alívio momentâneo, mas a troca de jugos Mt.11.29-30.

d)     Em Cristo há descanso para a alma sobrecarregada e paz para quem está sem direção.

2. O SENHOR DÁ SALVAÇÃO AO PERDIDO LC.19.10

“Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido.”

a)    Deus não espera o pecador se encontrar; Ele é quem toma a iniciativa.

b)    Zaqueu representa o perdido alcançado pela graça.

c)     A salvação é uma ação ativa de Deus, não obra humana.

d)    Não importa quão longe alguém esteja: Cristo veio buscar, encontrar e salvar.

3. O SENHOR DÁ A VIDA ETERNA AOS MORTOS NO PECADO RM.6.23

a)    O pecado produz morte espiritual, separação total de Deus.

b)    A vida eterna é dom, é graça, não recompensa por méritos.

c)     Vida eterna significa qualidade de vida agora e plenitude futura com Cristo.

d)    Quem aceita Cristo não apenas vive, mas passa da morte para a vida Jo.5.24.

4. O SENHOR DÁ JUSTIFICAÇÃO AO CULPADO RM.9.30

a)    Os gentios, que não buscavam justiça, alcançaram-na pela fé.

b)    Justificação significa: Deus declara justo o pecador que crê.

c)     É o ato judicial de Deus retirando a culpa por causa de Cristo

d)     Não há mais condenação para quem está em Cristo Rm.8.1.

5. O SENHOR DÁ O ESPÍRITO SANTO AO QUE OBEDECE AT.5.32

a)    O Espírito Santo é dado por Deus como selo, consolador e capacitação.

b)    Pedro afirma que Deus dá o Espírito aos obedientes, isto é, aos que se rendem ao Evangelho.

c)     O Espírito Santo transforma, convence, conduz e capacita para o serviço.

d)     A vida cristã só é possível pelo poder do Espírito.

6. O SENHOR NOS DÁ SUA PALAVRA JO.17.14

“Dei-lhes a tua palavra…”

a)    A Palavra é revelação divina, luz, direção e verdade.

b)    Jesus afirma que o mundo odeia os discípulos porque receberam a Palavra.

c)     A Escritura é dom, pois nos revela o próprio coração de Deus.

d)    A Igreja só permanece firme quando ama, guarda e obedece à Palavra.

7. O SENHOR NOS DÁ SUA ETERNA GLÓRIA JO.17.22

“Eu lhes dei a glória que a mim me deste…”

a)    A glória aqui tem o sentido de participação na vida e missão de Cristo.

b)    A glória futura é a consumação da redenção Rm.8.18, Cl.3.4.

c)     Deus não apenas salva; Ele glorifica Rm.8.30.

d)    O crente vive com esperança e certeza do destino em Cristo.

Conclusão: A vida humana sem Deus termina em morte, mas a graça divina oferece:

• Descanso,
• Salvação,
• Vida eterna,
• Justificação,
• O Espírito Santo,
• Sua Palavra,
• E a glória eterna.

Tudo isso é dom gratuito, fornecido por um Deus que ama e chama o pecador à vida plena em Cristo Jesus. A resposta necessária é a fé, o arrependimento e a entrega total ao Senhor. 

TRÊS QUALIDADES DO BOM OBREIRO IITM.4.1-5

Introdução: Um bom obreiro é alguém dedicado à obra de Deus, com conhecimento bíblico e preparo, tanto espiritual quanto secular, para servir eficazmente e sem vergonha. Em nossos dias, muitos exercem funções ministeriais, porém poucos manifestam as qualidades de um obreiro verdadeiramente aprovado por Deus. A Palavra estabelece padrões — não para excluir — mas para preservar a santidade do santo ministério. Paulo orienta Timóteo sobre como deve ser a vida daquele que deseja servir. Vejamos três pilares fundamentais do bom obreiro:

1. O BOM OBREIRO É FIEL ICO 4.1,2, ITM.4.12–15

1.1 Fiel como despenseiro dos mistérios de Deus

a)    “Requer-se dos despenseiros que cada um se ache fiel.” ICo.4.2

1.2 Fiel em todas as áreas da vida

a) Com Deus, com a família, com a igreja, nas finanças e no ministério.

1.3 O exemplo da fidelidade cristã

a)    “Sê o exemplo dos fiéis…” ITm.4.12

b)    “…persiste em ler, exortar e ensinar…” ITm.4.13

1.4 Características do obreiro fiel em ICo.4

a)    Pureza de consciência ICo 4.1–4

b)    Não julga precipitadamente ICo.4.

c)     Suporta afrontas e necessidades ICo.4.9–1

d)    Fidelidade não é performance, é caráter. Quem finge ser fiel, cedo ou tarde cai.

2. O BOM OBREIRO É VIGILANTE ITM.4.16, IPE 5.8, ITS 5.6

2.1 Vigilante consigo mesmo

a)    “Tem cuidado de ti mesmo…” ITm.4.16

b)    Zelo com a vida espiritual, emocional e moral.

2.2 Vigilante na doutrina

a)    “…e da doutrina; persevera nestas coisas.” ITm.4.16

b)    Guarda o ensino apostólico, não se corrompe com modismos.

2.3 Vigilante contra o inimigo

a)    “Sede sóbrios, vigiai, porque o diabo anda em derredor…” IPe.5.8

2.4 Vigilante no comportamento

a)    “Não durmamos como os demais, mas vigiemos…” ITs 5.6

b)    O diabo não precisa derrubar um obreiro forte — basta fazê-lo relaxar. Onde falta vigilância, sobra queda.

3. O BOM OBREIRO É VERDADEIRO IITM.4.1–5; 2.15. TT. 2.1

3.1 Verdadeiro na vida

a)    Vive aquilo que prega.

b)    “Procura apresentar-te a Deus aprovado…” IITm.2.15

3.2 Verdadeiro na doutrina

a)    “Tu, porém, fala o que convém à sã doutrina.” Tt.2.1

b)    Não ajusta a mensagem ao gosto do povo.

3.3 Verdadeiro na pregação

a)    “Prega a palavra; insta a tempo e fora de tempo…” ITm.4.2

3.4 Verdadeiro diante de uma geração sedenta por fábulas

a)    “Não sofrerão a sã doutrina… voltarão às fábulas.” ITm.4.3,4

3.5 O ministro que cumpre fielmente seu chamado

a)    “Faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério.” IITm.4.5

b)    Onde falta verdade, sobra hipocrisia.

c)     Onde há verdade, há autoridade espiritual.

Conclusão: O bom obreiro se revela não por suas habilidades, mas por seu caráter. Ele é:

1.    Fiel — no exemplo, no serviço e no caráter.

2.    Vigilante — consigo, com a doutrina e contra o inimigo.

3.    Verdadeiro — na vida, na Palavra e no ministério.

Que Deus nos encontre aprovados, dignos da vocação que Ele nos deu.
Amém!

  

ERA NECESSARIO PASSAR POR SAMARIA JO.4.4

 Introdução: O Evangelho de João apresenta Jesus como o Filho de Deus que veio buscar e salvar os perdidos Jo.1.29; 3.16. No capítulo 4, encontramos uma das mais belas narrativas da Bíblia: Jesus encontra uma mulher samaritana ao pé de um poço. O verso 4 declara:

“E era necessário passar por Samaria.”

A pergunta é: por que era necessário?

A resposta envolve cinco pontos importantes: propósito divino, quebra de barreiras, revelação espiritual e missão.

I – ERA NECESSÁRIO POR PROPÓSITO DIVINO JO 4.4

1.1. Não por geografia, mas por propósito

Havia dois caminhos da Judeia à Galileia:

a)     O mais comum entre judeus: O vale do Jordão, evitando contato com samaritanos por causa do ódio histórico IIRs .17.24–34; Ed 4.1–3.

b)     O mais curto: Por Samaria Jesus não segue a rota do preconceito. Ele segue a rota do propósito.

1.2. A necessidade divina

A expressão usada por João é dei (δεῖ), que indica necessidade divina, compromisso com a missão Jo.3.14; 9.4; 10.16.

Jesus não foi por acaso:

 Havia uma alma específica esperando por Ele.

a)     Jo.6.38 – Ele veio fazer a vontade do Pai.

b)     Lc 19.10 – Ele veio buscar e salvar o perdido.

c)     At 10.34 – Deus não faz acepção de pessoas.

II – ERA NECESSÁRIO PARA ALCANÇAR UMA MULHER FERIDA JO.4.7–18

a)     Uma mulher marcada por fracassos, rejeição e pecado.

b)     Jesus não passa por Samaria para falar com multidões, mas para alcançar uma única pessoa.

1. Jesus quebra barreiras

a)     Barreira étnica: judeus x samaritanos Jo.4.9.

b)     Barreira social: homem judeu conversando com mulher.

c)     Barreira moral: ela tinha um histórico de pecados.

d)     Barreira religiosa: crenças diferentes sobre o lugar da adoração Jo 4.20.

Jesus atravessa todas essas barreiras para encontrar uma alma.

a)     Mt.9.12–13 – Ele veio para os doentes.

b)     Jo.8.11 – Misericórdia e restauração.

c)     Sl 147.3 – Deus cura os quebrantados de coração.

III– ERA NECESSÁRIO PARA REVELAR A VERDADEIRA ADORAÇÃO JO.4.19–24

A conversa muda da água física para a água espiritual. Jesus revela:

1. Deus busca adoradores Jo 4.23

A mulher tenta desviar para debates religiosos, mas Jesus traz a verdade central:
Deus quer adoradores em espírito e em verdade.

2. O evangelho ultrapassa geografias

Não é no monte Gerizim, nem em Jerusalém Jo.4.21. A verdadeira adoração é espiritual, sincera, nascida de um coração regenerado.

a)     Fp.3.3 – Adoramos pelo Espírito de Deus.

b)     Hb 10.19–22 – Acesso ao Pai por meio de Cristo.

c)     Sl 51.17 – O sacrifício aceitável é o coração quebrantado.

IV– ERA NECESSÁRIO PARA REVELAR O MESSIAS JO.4.25–26

É àquela mulher marginalizada que Jesus faz uma das revelações mais diretas de toda a Bíblia: “Eu o sou, Eu que falo contigo.” Jo.4.26 Isso mostra:

1.     Jesus se revela a quem menos se espera.

2.     Ele ignora as expectativas humanas de “quem merece”.

3.     O evangelho é para todos Rm.1.16.

a)     Is.61.1 – O enviado para libertar.

b)     Jo 1.41 – O Messias prometido.

c)     Jo 14.6 – O Caminho, a Verdade e a Vida.

V – ERA NECESSÁRIO PARA LEVAR SALVAÇÃO À CIDADE JO.4.28–42

A mulher deixa o cântaro – símbolo de sua antiga vida – e volta à cidade evangelizando.

1. De pecadora a missionária Jo.4.29

Jesus transforma histórias de dor em testemunhos poderosos.

2. Muitos creram pelo testemunho dela Jo.4.39

O evangelho alcança pessoas improváveis através de pessoas improváveis.

3. Permaneceram com Jesus dois dias Jo.4.40

A necessidade de Jesus se transforma em colheita espiritual:
“Já não é pelo que disseste, mas porque nós mesmos O ouvimos” Jo.4.42

a)     Mt 28.19–20 – Missão de fazer discípulos.

b)     At 8.5 – Samaria volta a ser alcançada pelo evangelho.

c)     At 1.8 – O evangelho vai até os confins da terra, incluindo Samaria.

Conclusão: Por que era necessário passar por Samaria?

1.     Porque havia um propósito divino.

2.     Porque havia uma vida ferida esperando por Jesus.

3.     Porque precisava revelar a verdadeira adoração.

4.     Porque queria revelar-se como Messias.

5.     Porque desejava salvar uma cidade inteira.

Assim como Jesus, nós também temos “Samarías” a atravessar — lugares, pessoas e situações que Deus nos chama a alcançar.